Para acompanhar a competição os ingressos estão à venda através do Disk-Ingressos (Quiosques instalados nos shoppings Mueller, Estação e Total, www.diskingressos.com.br ou através do telefone (41) 33150808) e custam R$45,00 (inteira) e R$25,00 (meia-entrada para estudantes, pessoas acima de 60 anos, professores, doadores de sangue e de 1kg de alimento não-perecível).
O Campeonato Mundial de Karatê Tradicional é promovido pela Confederação Brasileira de Karatê Tradicional (CBKT) em parceria com a Federação Internacional de Karatê Tradicional (ITKF) e a PUCPR, com o apoio do Ministério do Esporte, da Prefeitura Muncipal de Curitiba e do Consulado do Japão.
A delegação brasileira é considerada uma das equipes mais fortes na busca pelo título. Possui atletas de grande destaque como o bicampeão mundial Leonardo Zanca, do Mato Grosso, e o paranaense Ricardo Buzzi, tricampeão mundial, que tive oportunidade de entrevistar para o The Pilates Studio, e que você confere a seguir:
Entrevista: Campeão de Karatê fala como o Pilates o ajuda
Curitibano de 34 anos, Ricardo Luis Buzzi, conquistou vários títulos de Karatê em diferentes categorias como Kata e kumitê, individual e por equipe, nos campeonatos paranaenses, brasileiros e mundiais. Viajou o mundo mostrando sua técnica e divulgando o esporte. Buzzi pratica a arte marcial há 26 anos. Hoje treina seis dias por semana , média de 3 horas por dia sendo duas de Karatê, e uma de treinos físicos como o Pilates.
Confira a entrevista com o campeão:
Buzzi. O que te motivou a fazer Pilates?
De início foi por incentivo do meu amigo de infância, o Leandro (proprietário do The Pilates Studio- sede Lamenha Lins). Fiz algumas aulas e percebi que a prática estava me ajudando muito no Karatê.
Que momentos do Pilates você percebe influência no seu Karatê?
Muito momentos. Tenho praticado muito mais Kata (26 movimentos que simulam uma luta). Eles são a base do Karatê. Aliás, se aprende Karatê, trainando Kata. São 15 anos para aprender todos os movimentos, e executa-los com precisão. Para faze-lo, é preciso muito controle abdominal, o que chamamos de `tandem` em artes marciais, e que no Pilates é conhecido como `Power House`. Desde que comecei a fazer Pilates, meus Katas começaram a melhorar. Eles não eram de nível competitivo. A partir do Pilates, passei a ser campeão também dessa modalidade (Kata). O kata, além de ter que ter uma apresentação bonita, precisa demostrar precisão e controle, algo trabalhado muito no Pilates. Naturalmente, e com o tempo, o Pilates também tem me ajudado no trabalho de luta, na concentração e nos movimentos. Então o mesmo trabalho que faço no Karatê, faço no Pilates, trabalhando o centro de força e gravidade do nosso corpo (abdomem). No Pilates trabalhamos a respiração e o controle, no Karatê, esse trabalho se traduz em força.
Se não fosse o Pilates, que outra atividade faria para agregar ao seu Karatê?
Eu já fiz yoga. Mas o Pilates trabalha com `personal`. É só você e o professor, que trabalha bem especificamente cada corpo conforme sua necessidade. O trabalho se torna muito mais intenso e rápido. O meu preparador físico e o Leandro (instutor de Pilates), sempre estão conversando, então acabam alinhando os treinos. Gostei do yoga, mas ele não tem um trabalho de recuperação de lesão como o Pilates tem. Se você está com uma dor, uma distensão no joelho, é o Pilates que vai resolver. E se a dor for intensa é possível trabalhar todo o resto do corpo e preservar a área dolorida.
Você já sofreu alguma lesão que possa exemplificar melhora com o Pilates?
Sim. Lembro que tive uma lesão na virilha, por conta de fazer `piques ( exercícios de corrida para desenvolver capacidade física). Estava frio e tenho certeza que o Pilates me ajudou a superar. Também tive, por muito tempo, dores por conta de uma lesão muito grave no ombro, e com o alongamento especifico do Pilates, que trabalha não apenas o membro, mas todo o eixo, melhorou muito.
Quantas vezes por semana você faz Pilates?
Agora faço duas vezes por semana. Na aula indiviual fazemos um trabalho mais intenso, e no mat, em dupla (Buzzi faz aula com um colega também lutador), algo mais divertido.
Qual a próxima competição que você vai participar?
Em julho tem o campeonato brasileiro, em Goiania. Mas o meu foco é o campeonato mundial. Através de uma parceria conseguimos traze-lo aqui para Curitiba. A última vez que ele veio ao Brasil foi em 1994, em São Paulo.
Quantas Federações de Karatê existem? A qual delas você pertence?
São duas que são representativas. Eu represento a CBKT ( Confereção brasileira de Karatê), que pratica o Karatê original, como foi criado. A segunda se distanciou um pouco das origens orientais.
Como acontece no Pilates? Há o pilates original, praticado pelos `discipulos` de Joseph Pilates e outras versões que foram adaptadas ao longo dos anos.
Exatamente. Eu não critico a outra Federação, eles têm seus méritos e um Karate bonito, mas não é o original criado na década de 30 pelo mestre Funakoshi e pelo Nakayama, que espalhou o Karate pelo mundo. O karate na realidade é uma arte milenar, mas foi Funakoshi quem compilou os movimentos para as escolas por volta nos anos 30, e que a nossa federação pratica até hoje, não só em competições, mas como treino para a vida mesmo. São crianças, velhos, praticando Karatê, porque a ideia não é apenas competição.
Você não precisa parar de fazer Karate com a idade, e essa é outra característica que o aproxima com o Pilates. Joseph Pilates estudou artes marciais. Você tem o original, que se mantem até hoje e pode ser praticado por todo mundo. E apesar de existirem outros Pilates, é o original que vai se manter ao longo dos anos.
Você já treinou outra arte marcial?
Já. Treinei Jiu Jitsu.
Pelo Karate ter esse trabalho filosófico também, o praticante não é do tipo que se meteria em uma briga de rua por exemplo?
O cara que é bom lutador sabe porque não se mete em briga. Porque não teria briga, seria um golpe, sem chance para o outro, poderia até matar. Só se mete em briga, o novato, que está querendo testar seus movimentos.
Você é zen?
Hmm. Não. Eu não vou sair por aí brigando. Mas se eu tiver que me defender, eu brigo. Mas jamais vou sair por aí distribuindo golpes. Ainda mais que sou uma pessoa pública. Quem é lutador sabe que pode usar o que aprende apenas para defender a vida. Aliás a gente já treina Karatê pensando em defender a vida, competição é parte do treinamento, mas não é o foco. A gente dá e recebe orientação no treino. Se for pra se meter em briga, há tecnicas para se parar antes que ela aconteça, chamamos de `zanchin`. É um estado de atenção permanente. Um principio zen, se você vai entrar em uma discussão de trânsito, você `sai fora`. Não precisamos de confronto.
Como são seus treinos hoje?
Hoje estou focado um pouco mais nas competições que estão se aproximando. Então treino mais horas por dia, faço um pouco de meditacão antes ou depois da aula, treino bastante a parte física com Pilates ou musculação.
Você treina todos os dias, trabalha a parte física todos os dias, tem seu escritorio de arquitetura e ainda viaja bastante para competicoes, como voce dá conta de tudo?
Meu dia comeca às 8 horas e acaba 22h30 e não sobra tempo pra o ócio. Para viajar, tenho uma sócia no escritório, que assume os compromissos. E como ela treina também, revezamos. Eu também participo do comitê organizador mundial, que está trazendo o campeonato Curitiba, meu mestre assumiu a Confederação Brasileira, eu estou ajudando. Então, mais trabalho. Eu não sou atleta profissional, sou semi. Tenho patrocínio do Governo Federal, da prefeitura de Curitiba, que pagam para eu competir. Mas não sou só lutador de karate né. Não pago pra viajar e participar das competições, mas o karate não me sustenta. O que preciso apresentar aos patrocinadores são resultados. Se nao, não consigo renovar. Sem apoio deles fica dificil treinar e competir.
E todo ano você teve (resultados) né?
Sim, ou regional, ou nacional, ou mundial. Todo ano ganhei alguma competição.
Você é mais caseiro ou gosta de festa?
Bom, eu saio tomar um vinho de vez enquando, final de semana. Tenho uma namorada, que também treina karate, aliás nos conhecemos no treino. Gosto de ficar em casa, cozinhar para os amigos. Sair para jantar. Tambem gosto de ir à praia surfar final de semana.
Já que gosta de surfar, vai para onde?
Bom…as vezes para praias do Paraná, Ilha do Mel por exemplo, as vezes para Santa Catarina, Itapema, Florianópolis. Mas apenas quando não estou em época de preparação para campeonato. Dezembro e janeiro são mêses sossegados, vou pra lá, surfo, treino karate na praia. Relaxo.
Você ja viajou para vários lugares pra competir? Tem algum que voltaria como turista? Tem algum lugar que não conheceu que gostaria?
Todos eles, adoro viajar. Eu queria conhecer a Asia inteira, Australia, India, Japao, China. São culturas muito diferentes da nossa. Já fui muito para Europa, mas nós somos muito parecidos com eles, somos imigrantes deles, mas a parte oriental do nosso planeta eu pouco conheço.
Cuida da saúde? Se alimenta bem?
Olha, saúde para atleta é algo relativo porque com os impactos vocIe vive quebrado. Rs Mas eu me alimento bem, como bastante frutas, mas gosto de comer bem. Cuido com excesso de gordura, vario bastante entre proteínaa, carboidrato. Na semana que antecede o campeonato, a alimentação é mais tranquila, não dá pra beber também.
Que musica combina com treino?
Em dia de campeonato escuto rock do tipo Rage Against the Machine, AC/DC. Mas sou eclético, escuto músicas calmas durante os treinos e no dia-a dia também.
Onde você faz Pilates já sabemos (rs), agora onde você treina?
O nome da academia e Bodhidharma. No mesmo dia que faço Pilates, faço karate, em outro preparação fisica e karate. O Pilates gosto de fazer antes do karatê, chego no treino alongado, aquecido, chego melhor disposto.
