sexta-feira, 15 de março de 2024

Cheiro de bêbado

Dando uma de psicóloga de mim mesma, pode tudo ter a ver com a minha infância. Querer aproveitar as férias mas depender do pai para poder fazer as coisas e ver que você acorda, ele já saiu para pescar, volta pra almoçar e vai dormir, acorda e vai pro bar, joga sinuca até a hora de você dormir. E tudo com aquele cheiro que chamo de 'homem de bar' ou 'cheiro de bêbado'.

Se ele um dia lesse esse blog iria achar minha acusação muito injusta mas agora que cortarmos relações seria apenas um dos mil motivos para ter mais uma mágoa. Não estou dizendo que todas as minhas férias foram frustrantes mas Garopaba tem um quê de 'ou você dê um jeito de se divertir por conta, com a primarada ou não vai se divertir', se depender de mim...Enfim...

O que me acarreta tudo isso hoje? Então, é muito difícil suportar cheiro de bêbado. Que fique claro, como dona de bar, que nem todo bêbado tem esse cheiro e cada um deve saber o seu limite mas quando eu sinto esse cheiro é como uma facada nas entranhas onde eu só consigo prestar atenção nisso e fico desgostosa da vida pelas próximas horas. 

Por não beber, em geral, quase nunca mesmo, fico com o radar ligado e consequentemente mais suscetível a criticar. Quem dera eu bebesse, ou fumasse um baseadinho mas nãaaaooooo, sempre tenho que estar no controle de tudo então não me permito. Tenho acesso hoje a incontáveis tipos de álcool e me pergunta quanto por cento já degustei? Nossa, nada, quase nada. Até porque se tomar um gole que seja de vodka, já era. Fico bêbada em 10 segundos e com sono em 30.

'Cheiro de bêbado' é algo que palavras não explicam e imagens não mostram. Para algumas pessoas pode ser um perfume, até mesmo um bom perfume, ou o suor alheio, ou o banheiro depois que faz o número 2, ou até mesmo o cheiro normal de alguém, mas sempre vai ter algo que a gente tem dificuldade de tolerar e que nem a gente mesmo sabe explicar. 


quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Ciclos e transformações

 

Das vezes que minha vida se transformou completamente...

Quando consegui sair do ballet.

Quando consegui terminar um relacionamento abusivo.

Quando tive minha filha.

Quando sai do jornalismo e virei empresária.

Quando cortei laços familiares.

Ao sair do ballet criei a ruptura entre o meu eu criança e o meu eu adulto.

Quando terminei o namoro pude ter esperança no meu futuro.

Quando virei mãe deixei meu eu menos egoísta e minha responsabilidade me deu vida.

Quando virei empresária passei a ser dona da minha vida e do meu tempo.

Quando cortei laços passei a aprender como será minha vida quando não tiver mais ninguém.

As principais transformações me trouxeram até aqui, bem ou mal, foi a coragem da mudança que mudou o caminho e é assim, a vida é feita de ciclos e quando a gente acha que está se acomodando, a gente inverte o polo e muda o mundo.

Eu já tenho ideia sobre os meus próximos ciclos mas as expectativas não realizadas não vão me frustrar. Vou me adaptar ao que a vida me reserva e lutar para que sejam sempre coisas boas ou para o bem.